terça-feira, 4 de junho de 2013

Câncer de mama: Autoexame ajuda na prevenção.



Nos últimos dias a cirurgia de retirada dos seios ganhou destaque na imprensa nacional e mundial. O assunto veio à tona com a notícia divulgada pelo The New York Times dizendo que a atriz de Hollywood Angelina Jolie retirou as duas mamas como prevenção do câncer.  Segundo declaração da atriz, o defeito de um gene provocou aumento de 87% das chances de desenvolver a doença e, portanto, justifica a atitude radical.
No entanto, segundo nota divulgada pelo Ministério da Saúde, a cirurgia de retirada das mamas não garante a prevenção do câncer. Entre os especialistas da área, não existe consenso sobre a eficácia do procedimento.  De acordo com o ministério, a cirurgia de mastectomia só é recomendada quando a pessoa já tem a doença.
De acordo com o banco de dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), cerca de 65 mil cirurgias de mastectomia foram feitas desde 2008. O que mostra que a cada 42 minutos esse procedimento é realizado no Brasil. Porém, o número de pessoas com câncer cresceu 25% em todo país. Segundo estimativa, uma em cada dez mulheres irá desenvolver a doença. O Ministério da Saúde informou que em 2012 foram descobertos 52.680 mil novos casos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem gasto anualmente 50 milhões de reais em cirurgias de mastectomia radical, aquela em que são retirados, além das mamas, os tecidos da axila e do entorno dos seios. No entanto, as cirurgias plásticas para reconstrução da mama só são feitas em 10% dos casos. Todavia, o SUS realiza esse tipo de cirurgia somente quando é comprovado que a mulher tem câncer. Segundo o Ministério da Saúde, a rede pública não realiza esse procedimento como prevenção da doença.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) a cirurgia de mastectomia pode acarretar quadros dolorosos no local operado. O que, numa pessoa com tendência a desenvolver células cancerígenas, pode desencadear o surgimento de outros tipos de câncer. A SBM também informa que o melhor modo de prevenção é através do autoexame.
Para o médico mastologista do Hospital das Clínicas da Unicamp, César Cabello dos Santos, que é favorável à cirurgia, os riscos que a mastectomia envolve não são tão diferentes de outros procedimentos. “Como em toda cirurgia existem riscos inerentes de infecções ou complicações no ato”, explica. O médico também lembra que, após a cirurgia, a mulher pode sofrer desconforto, uma vez que a prótese nunca é igual a mama natural.